sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Lembranças de outras lambanças



Prioritário nas pautas dos principais programas esportivos matinais, a confusão do árbitro da Federação Catarinense de Futebol Sandro Meira Ricci foi amplamente questionada e debatida. Se ele soube ou não do erro através do VT, se ocorreram anulações e validações, a indecisão ficou agravada por ter justamente ocorrido na magnitude, na fervura de um Fla-Flu, onde preciosos pontos no Brasileirão estavam em disputa.

Lambanças como essa já aconteceram e em proporções muito maiores. O título de um Paulistão foi dividido em 1973 entre Santos e Portuguesa, após o árbitro Armando Marques errar na contagem dos batedores na final que foi decidida nos pênaltis. Armando prejudicou o Santos e de quebra a Federação Paulista é quem teve que partilhar o título daquele ano.

O pior ocorreu nas finais da Libertadores de 1962. O árbitro chileno Carlos Robles proporcionou um dos momentos mais constrangedores do torneio. O Santos decidiu com a raçuda equipe do Peñarol do Uruguai. Pelé, machucado não pôde jogar nas duas partidas. No primeiro jogo em 28 de julho de 1962, no Centenário em Montevidéu, o Santos vencera por 2 a 1, de virada. Bastava o empate na Vila para o "Peixe" levar o título. O jogo foi muito disputado e ocorreram muitas confusões. Spencer abriu o placar uruguaio, aos 15 minutos. Dorval empatou aos 27. Mengálvio virou o placar, aos 35 minutos do primeiro tempo. Na segunda etapa, Spencer, empatou mais uma vez, logo aos 3 minutos. Acusações que o meia uruguaio Sasía havia jogado terra nos olhos do goleiro Gilmar feita pelos jogadores santistas irritaram a torcida que acertou uma lata no bandeirinha Domingo Massaro Dada.

Depois de uma longa paralisação, foi dada a saída de bola e o próprio Sasía virou a partida para os uruguaios. Novos protestos santistas deixaram a Vila em polvorosa, o clima ficou pesado. A partir daí o arbitro simplesmente "fingiu"que apitou com medo de apanhar. Validou o gol de Pagão, aos 22 minutos para poder ir para casa sem arranhões. A torcida santista fez a festa, mas na súmula o árbitro informou que, por falta de segurança, encerrou oficialmente o jogo após o gol dos uruguaios, o que aconteceu depois foi encarado por ele como um amistoso. O placar no papel ficou Santos 2x3 Peñarol.



Uma terceira partida foi programada em campo neutro, foi escolhido o Monumental de Nuñez em Buenos Aires. A equipe do Santos, já com Pelé em campo, a contragosto jogou e venceu com sobras por 3 a 0. O detalhe ficou por conta da arbitragem. Para não levantar mais polêmicas, foi escolhido um juíz europeu. Quem conduziu a partida foi o holandês Léo Horn.


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